Análise.Em 1991, era de 9% a participação dos Evangélicos na população do Brasil. De 1991 a 2000 houve um grande crescimento e esta taxa subiu para 15,4%. Foi durante esta época que surgiram com força o evangelismo pela TV com o Bispo Macedo da Igreja Universal e o Missionário Romildo R. Soares da Igreja da Graça. Também foi nesta década que a Igreja Batista encantou uma geração de adolescentes e jovens com o aparecimento da excelente Banda mineira - Diante do Trono - liderada por Ana Paula Valadão.
De 1991 a 2007 o crescimento patinou. Segundo Pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, em 2007 os evangélicos eram estimados em 17,88% da população brasileira. Isto foi motivo de comemoração pela Igreja Católica que ficou aliviada da perda constante de membros para o lado evangélico. Para o próximo censo demográfico de 2010, o Blog Olhar Cristão projetou um pequeno crescimento, situando em 19% a porcentagem de evangélicos. Sinceramente, esperamos que esta taxa seja maior, embora a realidade nos aponta para uma taxa sem brilho.
Ainda há tempo para refletir sobre o pouco crescimento de 2000 (15,4%) a 2007 (17,88%), caso queiram desconsiderar os 19% projetados por nós para o censo do IBGE de 2010. Por que o freio de mão está puxado?
Vamos apresentar algumas causas, sem pretensão de ser donos da verdade. Uma delas é a excessiva esposição da mensagem "dinheiro" através da TV e do rádio. É um "pede-pede-$" que assusta os não crentes. Isto leva a uma interpretação literal de ganância e avareza. A outra causa é a quantidade elevada de novas Igrejas que se funda todo dia. Todos querem ser pastores, e a presuposição de que as "outras" não sou do "meu" gosto. Por que será? Mas não é isso que é preponderante sobre a queda brusca na taxa de crescimento.
Pessoalmente, creio que hoje não se ganha mais almas apenas com um Evangelho de palavras. Evangelho é poder de Deus, e o poder de Deus são palavras confirmadas com sinais e maravilhas. Em uma geração que praticamente abandonou e desprezou o Espírito Santo de Deus, não me admira que a Igreja esteja trabalhando pouco e colhendo mais pouco ainda. O principal agente da conversão de pecadores está sendo apagado e relegado a terceiro plano, enquanto que o evangelho da "vitória" campea a muito tempo nos primeiros lugares no gosto do povo.
As grandes Igrejas Evangélicas não têm mais projetos e a visão acabou-se. Estão contentes com o tamanho dos próprios rebanhos. Hoje, talvez não esteja equivocado se disser que um projeto político gere mais paixão do que um projeto evangelístico. Billy Graham, um estrangeiro, no ocaso de seus 90 anos, mostrou às lideranças da Igreja Brasileira o caminho de um grande projeto. Ele veio, foi-se, e tudo voltou ao dantes. Morno.
Há um grande equívoco na maneira política das grandes Igrejas Evangélicas brasileiras. Não é um projeto político que vai levar a Igreja Evangélica a se dar bem no Brasil. É melhor um projeto evangelístico de grande envergadura. Se a Igreja desenvolver e se apaixonar por um grande projeto, vai voltar a crescer com mais ímpeto. É melhor ter 50% da população brasileira crente em cristo, do que ter 100 deputados na Câmara Federal. É muito simples: dos 50%, sem nenhum projeto político, sairão muito mais que 100 deputados - além do principal: que é agradar ao Espírito Santo e ao Senhor Jesus. Já não se trata de tornar o Brasil evangélico, mas de levar as almas dos perdidos, dos pródigos, dos gays, das prostitutas, dos grandes traficantes de drogas - a CRISTO.
Observando as últimas taxas de crescimento da Igreja Evangélica brasileira, podemos fazer uma interpretação com base em uma analogia: O noivo está chegando, mas está faltando azeite nas lamparinas dos convidados. A ceia das bodas está preparada, mas cada um, à sua maneira, não está de fato interessado em ir na festa.
Isso precisa mudar.
João Cruzué/cruzue@gmail.com
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